Congo Recebe Primeiras Vacinas para Combate à Mpox em Esforço Internacional

  • 10/09/2024
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A República Democrática do Congo recebeu seu primeiro lote de vacinas contra a mpox, uma medida importante no combate ao avanço da doença no país. A vacina, que visa proteger a população e conter novos surtos, foi enviada como parte de uma iniciativa global para apoiar os países mais afetados pela doença.

Entrega das Vacinas

A chegada das vacinas ao Congo é um marco significativo, já que o país tem enfrentado dificuldades em controlar a disseminação do vírus da mpox, especialmente em áreas mais vulneráveis e de difícil acesso. A distribuição das doses será feita prioritariamente para profissionais de saúde e pessoas que tiveram contato direto com infectados, considerados os grupos de maior risco.

Segundo as autoridades de saúde congolesas, a vacinação em massa será uma etapa fundamental para diminuir o impacto da doença, que historicamente tem afetado a região, e para prevenir novos surtos que possam se espalhar para outras áreas.

Apoio Internacional

A iniciativa de fornecer vacinas ao Congo é parte de um esforço conjunto da Organização Mundial da Saúde (OMS) e de outras organizações internacionais, que têm trabalhado para garantir que países de baixa e média renda também tenham acesso às vacinas contra a mpox.

A OMS tem enfatizado a importância de uma distribuição justa e equitativa das vacinas, especialmente em nações onde a doença é endêmica. O Congo, que tem registrado casos de mpox há décadas, enfrenta desafios adicionais relacionados ao sistema de saúde sobrecarregado e à infraestrutura limitada.

A Importância da Vacinação

A mpox, que é causada por um vírus da família da varíola, provoca sintomas como febre, dores musculares e lesões na pele. Embora geralmente menos grave do que a varíola humana, a doença pode levar a complicações, especialmente em pessoas imunossuprimidas ou com comorbidades.

A vacinação é vista como a melhor estratégia para controlar o avanço da mpox, juntamente com medidas de saúde pública, como a conscientização sobre a transmissão do vírus e o isolamento de casos suspeitos.

Próximos Passos

Com o início da vacinação, as autoridades de saúde congolesas esperam reduzir significativamente o número de novos casos e evitar surtos em massa. A campanha de imunização deve se expandir gradualmente para cobrir outras áreas do país, à medida que mais vacinas forem disponibilizadas.

O apoio internacional continuará sendo essencial para garantir que as vacinas cheguem a todas as regiões afetadas, permitindo que o Congo e outros países da África combatam de maneira eficaz a disseminação da mpox.

Mpox- Vírus

A mpox, anteriormente chamada de varíola dos macacos, é uma doença causada pelo vírus da varíola dos macacos, que pertence à família dos ortopoxvírus, o mesmo grupo que inclui o vírus da varíola humana. Embora o nome original tenha sugerido que a doença estivesse ligada exclusivamente a macacos, o vírus na verdade circula principalmente em roedores selvagens, e os macacos são apenas hospedeiros acidentais.

Histórico da Mpox

A mpox foi identificada pela primeira vez em 1958, após surtos da doença em colônias de macacos mantidas para pesquisa. O primeiro caso humano foi registrado em 1970, na República Democrática do Congo, em uma região que ainda hoje registra a maioria dos casos.

Até recentemente, a doença era considerada endêmica apenas em certas regiões da África Central e Ocidental. No entanto, a partir de 2022, houve um aumento inesperado de casos em várias partes do mundo, incluindo Europa, Américas e outras regiões, o que acendeu um alerta global sobre a necessidade de controlar novos surtos.

Como Ocorre a Transmissão

A transmissão da mpox pode ocorrer de duas formas: de animal para humano e de humano para humano. O contato com animais infectados, como roedores ou macacos, pode transmitir o vírus através de mordidas, arranhões ou manipulação inadequada de carne de caça. Já a transmissão entre humanos ocorre principalmente por contato próximo e prolongado com uma pessoa infectada, especialmente por:

  • Contato direto com lesões na pele.
  • Secreções respiratórias (como gotículas ao falar, tossir ou espirrar).
  • Objetos contaminados, como roupas, roupas de cama ou toalhas.

O período de incubação da mpox pode variar entre 5 a 21 dias, e o paciente pode começar a apresentar sintomas dentro desse intervalo.

Sintomas da Mpox

Os sintomas da mpox são semelhantes, mas geralmente menos graves, do que os da varíola humana. Os sinais iniciais incluem:

  • Febre
  • Dor de cabeça
  • Dores musculares
  • Fadiga
  • Inchaço dos gânglios linfáticos (linfadenopatia)

Posteriormente, aparecem lesões cutâneas que podem se desenvolver em várias partes do corpo, como rosto, mãos, pés, boca e genitais. Essas lesões passam por diferentes estágios, desde manchas vermelhas até pústulas e crostas, antes de cicatrizarem completamente.

A maioria dos casos é leve e se resolve sem a necessidade de tratamento específico, mas complicações podem ocorrer, principalmente em crianças, gestantes e pessoas imunossuprimidas.

Tratamento e Prevenção

Embora não exista um tratamento específico aprovado para a mpox, alguns antivirais usados contra a varíola humana, como o tecovirimat, têm sido utilizados com sucesso em alguns casos. O tratamento geralmente é sintomático, focando em aliviar os sintomas e prevenir infecções secundárias.

A vacina contra a varíola mostrou ser eficaz também na prevenção da mpox, uma vez que os vírus são semelhantes. Após o surto de 2022, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou a vacinação para pessoas em risco elevado, como profissionais de saúde e pessoas que tiveram contato direto com infectados.

Para prevenir a disseminação da doença, as medidas incluem:

  • Evitar o contato com animais infectados ou mortos.
  • Isolamento de pessoas infectadas até que todas as lesões cutâneas estejam cicatrizadas.
  • Uso de máscaras e equipamentos de proteção por profissionais de saúde.
  • Higiene rigorosa, como lavar as mãos frequentemente e desinfetar objetos e superfícies.

Situação Atual e Vigilância

Desde o surto global em 2022, as autoridades de saúde de vários países, incluindo o Brasil, têm monitorado de perto a disseminação do vírus. Campanhas de conscientização, monitoramento e vacinação têm sido fundamentais para conter novos casos.

O número crescente de infecções fora da África destaca a necessidade de uma resposta coordenada globalmente, tanto na contenção de surtos quanto no desenvolvimento de tratamentos e vacinas eficazes.

Conclusão

A mpox é uma doença que, embora geralmente leve, pode se tornar séria em determinadas populações. A vigilância contínua, a prevenção e o tratamento eficaz são cruciais para evitar que a doença se espalhe, especialmente em áreas onde a transmissão é mais intensa. O aumento de casos no Brasil em 2024 reforça a necessidade de medidas preventivas e de conscientização para evitar novas ondas de infecções.

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